O Pítio do Baixo-Augusta e o enxurdeiro pestilente

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Dr. Ermitânio Prado, o conhecido causídico da Velha São Luís, nosso Leão do Jockey, estava excitado na sexta-feira passada. Fica assim toda vez que abre “as portas ao báratro”, como diz ao se conectar à internet…

– “Servus Cartaphilus!” – sempre me chama assim quando está aborrecido – “O Sr. pensa que nos pântanos impera somente o silêncio mortiço das conhecidas emanações miasmáticas? Acredita que as criaturas do palude temem a Verdade, reconhecem a Beleza e exercitam a virtude da Prudência? Escriba, meu pobre e amado amanuense! O Sr. ainda crê que o enxurdeiro registral, feito de onzeneiros esquivos e sinistros, não produz seus frutos?”. Faz uma longa pausa. Suspira, cofia as cãs. Parece desbastar cuidadosamente a gema expressiva para torná-la exata: “O marnel acolhe criaturas que parem pelo reto ideias modernas e colhem na cornucópia degenerada os frutos vis e viciosos”.

Confesso que nunca compreendo muito bem o Velho Leão. Sempre enfermiço, com a saúde debilitada, é um ser humano atormentado e irritadiço. Abusa de metáforas e nunca explicita o objeto de seus rancores, nem responde a perguntas objetivas. Decifrar sua verba é tarefa árdua.

– O que pretende, o Dr. Ermitânio Prado? Não obtenho respostas. Parafraseando Heráclito, o velho Pitoniso do Baixo-Augusta “não mostra, nem esconde; dá sinais”.

Eu sempre apreendo seus sinais com reverência e respeito profundo. Não é mais inteligente que qualquer de nós; não é mais sagaz, nem argucioso. Ele é o que é.

2 comentários sobre “O Pítio do Baixo-Augusta e o enxurdeiro pestilente

  1. O Dr Ermitanio é como o Fantasma, de Lee Falk. Não morre nunca. Os filhos e netos de SJ falarão dele, dele serão amigos. Relatarão as peripécias intelectuais desse senhor paulistano, estranhíssimo, em tempos digitais; o trans-humanismo será foco de futuros debates do SJ com o Ermitânio, o sempre-vivo Espirito-que-Anda.

    • Saudades, LF. SInto saudades de nossas divergências, diatribes. Hoje os homens e mulheres se esgotam num mundo horroroso de quadras nyemarianas. O velho sempre me diz: “Escriba! Conduz teu carro e teu arado por sobre os ossos dos mortos”. O velho vive neste fio de vida feito navalha.

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