
Ermitânio Prado fica passado nos finais de anos. Fui visitá-lo na antevéspera. A cidade está vazia, há um quê de nostálgico e triste no ar. O Velho foi ao parque e ali fuma, solitário.
– Tudo há de passar muito bem passado, escriba. A manhã de um novo tempo há de nascer e de nós, meu caro, não restará mais do que a roupa amarfanhada deitada sobre a cadeira vazia….
Estava triste. Disse-me que sempre foi assim, desde criança, quando já não esperava o seu Papai Noel que havia partido aos quatro anos de idade.
– No final de ano sou como um fantasma que ri!, disse o Velho, entre uma baforada e outra de um genuíno Cohiba Medio Siglo. “Sinal dos tempos”… Fuma um charuto, diz, “antes que me proíbam de fumar e de pensar”. É um humor mofino, certamente.
Dr. Sérgio, bom dia. Paz e bem, e um 2023 carregado de muitas bênçãos a ti, família, familiares e todos os teus amigos. Esse teu amigo Fantasma é de um intelecto e sapiência, que beira a realidade e ao real correr das nossas vidas. E essa deixa final, é triunfal: “Fuma um charuto, diz ele, antes que o proíbam de fumar e de pensar”. Que “pensar” né? rsrsrsrs
Formidável! “Fuma um charuto, diz ele, antes que o proíbam de fumar e de pensar.”
Acho melhor fumar logo meu pito!