… Importância histórica, jurídica e econômica, é o subtítulo.
Este é o livro que o Marcelo Salaroli, registrador imobiliário, jurista, acadêmico e pesquisador nato (nas horas vagas um sensível poeta) nos presenteia à publicação e nos comete a responsabilidade de prefaciar.
É uma tarefa prazerosa e ao mesmo tempo muito difícil. É um enorme prazer debruçar-me sobre um texto fluído, bem escrito, lidando com um assunto que é pouco mais, pouco menos, que uma verdadeira paixão para mim – a publicidade registral. Difícil, por outro lado, é encarar a empreitada pelo simples fato de que o prefácio deve ter a virtude de introduzir, sem cansar o leitor, já na primeira parada, no instigante percurso da pesquisa acadêmica que se seguirá. É preciso capturar o leitor já nas primeiras linhas, o que, confesso desde já, é um desafio que pode estar muito além das minhas modestas sandálias.
Em todo o caso, aceitei com muita honra o convite e – devo confessar! – com uma pontinha de vaidade. É que posso pôr um sinal pessoal numa obra que vi nascer, desenvolver-se e alcançar a maturidade num tema pouco explorado, fazendo abonação de uma pesquisa bem-orientada, é ter a chance de me envolver na fortuna de um trabalho que será, certamente, referência para a pesquisa histórica, jurídica e econômica do direito hipotecário pátrio.
Esse é um rosto que espera. Espera um mundo que não necessite de guerras para resolver suas contradições, espera um Brasil autêntico e honesto, espera coisas a um só tempo grandes e simples, espera o Direito como o espaço político da liberdade de todos, sejam iguais ou diferentes, espera o Registro de Imóveis como instrumento eficiente na busca de seus fins, não só os jurídicos, mas os econômicos, sociais e humanos.
Esse é um rosto que não vive só de espera, por isso se permite um leve sorriso, prestes a explodir de felicidade. É um rosto de quem encontrou, no exercício franco de sua profissão, colegas que são bons amigos e tornaram-se constante estímulo para seguir nesse caminho. È um rosto que tem o orgulho que não se torna vaidade de ter Sérgio Jacomino escrevendo o prefácio de seu primeiro livro.
Mas, naquele exato momento perpetuado pela fotografia, este rosto, e tudo o mais que há em mim e até desconheço, está imobilizado pela luz que entra através da porta da Igreja, superior a todas minhas esperanças e que hoje me completa e me engrandece.