
O Velho anda de mal humor. Agora deu para implicar com os interinos e seus interesses.
O Dr. Ermitânio Prado senta praça e ativa a diatribe. Estava excitado e declarou, tonitroante:
“Os artífices da PEC 471 rumoram em Murdor. Ouvem-se resfôlegos excitados e tremuras ansiosas.
São os seres mitológicos que habitam as entranhas da terra e que nos emitem renovado sinal de vida.
Os seres telúricos são assim: falam-nos por símbolos metalúrgicos. Agitam suas lâminas e numismas nas antecâmaras de térmites políticas e administrativas. E sempre falam o que lhes parece a verdade, nada mais do que a verdade, simplesmente a verdade. E se preciso juram, conjuram e exconjuram os onzeneiros da fé pública – no que têm razão, o que mostra que a Verdade nos escapa como um lusco-fusco nas tardes radiosas da Tanzânia.
“Um estranho fenômeno está ocorrendo em todo o Brasil em relação aos cartórios”, diz a message in a bottle. [já não existe. Malditos links]. E segue:
“Alguns candidatos que venceram concursos públicos para o preenchimento de vagas de titulares abertas com a exigência do concurso público, só assumem a vaga caso o cartório seja rentável”.
Na linguagem ditosa de seres em extinção a voz da interinidade nos fala direto ao coração: “indústria dos cartórios”. E segue:
“O candidato passa nos exames e assume a vaga. Logo depois substabelece para um substituto de sua confiança e em seguida presta outro concurso para mais um cartório, formando assim uma rede de cartórios sob seu controle”.
A Comissão de Concursos da AnoregSP excogita: http://www.anoregsp.org.br/BE/BE0065. [já não existe. Malditos links] Huyen como el Diablo a la cruz. De todo lo hay, hermano, de todo…
Advinho a voz indignada da interina: “há casos em que o concursado sequer assume devido a baixa rentabilidade do cartório como são os casos dos cartórios de Eldorado do Carajás e Curionópolis, onde os candidatos vencedores do certame simplesmente não quiseram assumir o cargo e o edital não permite que o 2º colocado assuma a vaga e cujo cartório permanece com a vaga de tabelião em aberto”.
A tabeliã parece nos lembrar que, afinal, a nossa própria vida é… interina! Como os ferreiros de Penafiel, as almas interinas aguardam o apagar do último candeeiro.
As entidades de defesa dos concursos escondem a verdadeira jóia da coroa: parafraseando Frank Zappa, sabem que o lema da legião concurseira é we’re only in it for the money.
Ao que logo replicam os replicantes pardacentos: Yes, we have bananas!”.
Assim é o Velho. Intragável.
Don Jacomino, nosso Líder e Timoneiro:
permita a ousadia em deixar registrado contradita à sentença do texto: muitos não estão nessa aventura enebriante only for the money. Estão por que gostam de causas perdidas, de coisas e valores que soavam eternos, de defesa da propriedade e de seu corolário imprescindível; de garantias e contratos, publicidade, títulos e documentos, fé.
Muitos tampouco reconhecem uma legião concurseira. São apenas pessoas que gostam de estudar, chusma de argonautas, que tem nos registros e nas registrabilidades o verdadeiro velocino, muitas vezes nem sempre dourado.
Mordor ruge, como tem feito desde o Princípio, é verdade, cada vez mais forte, por que enfraquece.
Um abraço,
Valter Luís Cervo
Prezado Sergio Jacomino,
Desculpe-me a sinceridade, mas parece que depois da convivência com determinadas figuras que estão vendendo a alma do Irib em troca de trinta dinheiros, sua visão está bastante deturpada.
Você realmente acha que todos os que estudam para ingressar na atividade notarial e de registro só o fazem por dinheiro???
Será mesmo???
Só vocês os anciãos detem legitimidade para representar e falar pela classe???
Triste e equivocada conclusão, principalmente porque você não os conhece a todos para emitir essa opinião.
Esqueces o teu passado???
Nunca sentou nos bancos escolares???
Nunca se preparou para ser aprovado nos concursos???
E quando o fez, foi só pelo dinheiro???
Como diria Mário Quintana:
“Frases felizes… Frases encantadas…
Ó festa dos ouvidos!
Sempre há tolices muito bem ornadas…
Como há pacóvios bem vestidos.”
Olá Humberto, somente agora, depois de postar as duas mensagens anteriores – sua e do Naurican – vi esta peça. Ela não merece um comentário mais desenvolvido e isso por uma razão muito singela: a crítica assacada não guarda correspondência com o texto. Pelo que se vê, saber ler e compreender o sentido do texto deve ser melhor explorado pelos concursos.
Caro Sérgio, vc é uma voz respeitada por quase todos que estudam o Direito Registral.
É uma pena que você venha agora dizer que quem presta concurso só faz isso pelo dinheiro, afinal vc mesmo entrou por concurso público, foi só pelo dinheiro? Aqueles que financiam a PEC 471 e que vc diz ser contra (será que é mesmo?) o fazem por “filantropia” ? É verdade que existe um artigo seu que diz que há vários escreventes semianalfabetos? A PEC 471 os efetiva?
Para evitar essa suposta “rede de cartórios” ( não conheço nenhuma!) é só realizar o concurso! Por que não pedir ao CNJ que não deixe nenhum interino respondendo por mais de seis meses? Boa idéia essa que vc propiciou! Eu sei que existe uma rede de interinos e irregulares com diversos familiares “ganhando” serventias sem concurso em diversos Estados!
Essas sim existem aos montes!
Olá Naurican,
O post não está escrito com o sentido que v. apanhou. De qualquer forma, sua opinião está registrada, com todo o respeito. Abraços e bom ano novo.
“Mas, é que sinto falta do Sergio… Aquele que sabia ser gentil, mesmo quando uma pessoa não fosse do seu interesse.”
Betty Gotto
Caro Sérgio Jacomino,
com essa citação encerro a discussão.
Você já disse o suficiente.
Talvez seja mesmo melhor ficar em cima do muro, lavar as mãos, deixar pra lá…
Talvez seja uma questão de estilo…
Não o meu, claro!
Aquele abraço.
P.S.: Realmente sou míope, pois, assim como você, uso óculos, mas não sou cego, nem surdo, muito menos mudo…
Estou espantado com o texto de Sérgio Jacomino defendendo interesses de interinos, ou seja, pessoas em cujos colos caíram de mão beijada uma delegação pública, sem concurso, ao arrepio dos mais comezinhos princípios de qualquer Estado que se pretenda uma República.
E tem a audácia de se dizer “em cima do muro”.
Lamentável.
Antes havia lido um ou dois textos dele, estudando o tema registral e notarial.
Agora quero distância. Pode não ser ancião, mas que a mente está empoeirada, ah isto está!
Eduardo Linhares.
Esta aí, devidamente aprovado o seu post.
A minha defesa de interinos, no texto supra, é uma surpresa para mim mesmo, o que mostra quão misteriosa é a mente do leitor. Ela descerra mistérios não revelados ao pobre do autor, à caça de sentidos esotéricos e sinais reveladores.
Eu tenho uma opinião formada: sou contra a PEC 471/2005.
É notório o grande número de parentes de desembargadores que “passam” nos concursos para cartórios. Sabemos também que existem concurseiros que possuem mais de 1 cartório e que coincidentemente possuem fortes ligações com o CNJ e o supremo.
Necessitamos estatizar os cartórios urgentemente. O poder judiciário não tem moral para cuidar deste tema.
Tristes, duas coisas.
A primeira é a teimosia diante de toda uma gente. Explico-me. Se todos que leram o texto, entenderam-no numa via, é porque o autor o fez sentir assim; quisesse, o autor, o contrário, deixasse claro. Aí, depois dum texto obtuso, colorido com preciosismo, diz que os outros não tiveram olhos de ler.
A segunda é a dificuldade em saber, dps do advento da PEC famigerada, quem é centroavante e quem é zagueiro.
Fica ressalvada, ao menos, minha admiração pelo articulista, lamentando-lhe o artigo.
Abçs