Registro Civil Nacional – um alho que é um bagulho

EpimeteuO Governo enviou ao Congresso Nacional projeto de Lei que institui o Registro Civil Nacional. A cerimônia foi concorrida e envolveu diversas personalidades do ministério e da sociedade civil a prestigiar a ideia que se formou no ventre do TSE – Tribunal Superior Eleitoral, pelo seu ministro Dias Toffoli.

A Presidente Dilma Rouseff considerou a iniciativa um “passo histórico para que cada cidadão brasileiro ou naturalizado tenha um único número de identificação, ao qual estarão associados todos os demais documentos de identificação individual”. (site do Planalto).

A notícia nos colheu de surpresa – a mim e ao Dr. Ermitânio Prado. No final da tarde ontem, em meio ao costumeiro chá das quintas, comentei brevemente a notícia repassada por um amigo de Brasília.

O Velho deu de ombros. “Tanto se me dá, como se me deu.” – resmungou. “Já não se detém o desmonte das instituições que segue a cadência bonita dos quadris de Pandora. A bela seduz e deixa escapar, com ares de displicência, a própria esperança”. E remata: “este é mais um castigo de Zeus, embalado pelo nosso Epimeteu togado, contraditor dos benefícios de Prometeu”, completou enigmaticamente.

Segundo o Velho, fiado na breve descrição que lhe fiz do projeto (que o leitor pode conferir logo abaixo), trata-se de mais de um cometimento que instaura uma confusão adrede entre cadastro e registro, “embrulhando peixes e vísceras de porco com o jornal de trasanteontem”.

Prometi deixar uma cópia do embrulho para leitura atenta do Velho. Prometeu-me comentários em breve.

Confira aqui: Registro Civil Nacional – projeto